Juniperus Phoenicea





Discutindo com o Mestre a melhor maneira de resolver alguns problemas.


Parte do "caracol" antes da limpeza da veia morta no lado direito do mesmo.

Madeira preparada para o trabalho manual.

O ramo que sai para a direita é o actual ramo Han-Kengai.



Detalhe da frente com o "caracol" depois da madeira limpa e trabalhada.


Parte traseira onde foi criado um Shari e dada estrutura à madeira.



Lado direito antes e depois do trabalho.


Detalhe do "caracol" que a veia viva do ramo esquerdo faz a partir da frente.


Frente antes e depois.

A minha busca por um bom Phoenicea durou alguns anos mas quando o mestre Liporace no ano passado me enviou fotos deste exemplar com a pergunta se estava interessado nele soube instântaneamente que esta era "a" árvore.

É verdade que no Studio Botanico estão vários Phoenicea de primeira qualidade, assim como também noutros sítios tinha visto alguns exemplares desta espécie, também é verdade que pessoalmente não me agradam muito árvores com muita madeira morta.
Mas todas estas ideias se desvaneceram quando vi esta árvore.

A sua idade estimada entre os 400 e os 500 anos diz já alguma coisa da venerabilidade deste exemplar.
Mas o movimento do tronco com as suas veias musculadas, a sua grossura, os inúmeros ramos mortos dirigindo-se em todas as direcções contam a história dos anos passados lutando contra os elementos.
É possível visualizar a falésia à beira mar onde esta árvore factualmente viveu no Sul da Itália durante tantos anos vencendo tudo e todos, mostrando orgulhosamente as cicatrizes dessas lutas.
No primeiro contacto com esta árvore somos um pouco subjugados pelo seu tamanho e imponência.
Mas depois o olhar rapidamente se perde nos muitos detalhes interessantes.

O trabalho começou no Studio concentrado e minucioso.
Alguns ramos que não podiam ser utilizados no desenho da árvore foram podados.
Todo o trabalho na madeira foi feito com ferramentas manuais pouco a pouco.
O trabalho nos Jin e Shari (alguns feitos a partir de partes vivas) durou 4 dias.
Mas esse trabalho deu-me a chance de conhecer a árvore e os seus pequenos segredos.
É impossível de trabalhar esta árvore sem por ela sentir um profundo respeito.
E posso dizer que a minha missão foi, tirar o desnecessário, para ficar só a essência.
Como já disse não sou um enorme apreciador de madeira morta mas a história deste exemplar tem de ser contada pelos seus próprios meios.
Normalmente quando do primeiro trabalho numa árvore deixamos mais Jin do que necessário para mais tarde depois da árvore se desenvolver eventualmente retirar algumas partes.
Quando comecei este trabalho pensei que essa seria a linha a seguir, mas agora embora a árvore ainda tenha muito que crescer e preencher com folhagem penso que o "halo" de Jin envolvendo a folhagem dá um carácter especial a este exemplar.

Todos os ramos foram postos em ráfia aramados e colocados nas suas posições.
Importante é dizer que o pequeno ramo que se vê saindo do lado esquerdo da árvore no futuro será separado da madeira morta que faz parte desse mesmo ramo para permitir a sua dobragem para a traseira da árvore.

Essa operação só poderá ser feita depois da veia viva engrossar um pouco mais.
Outro ponto também ainda (e durante os próximos anos ) em consideração será a eliminação ou não da parte viva do ramo que actualmente faz a meia-cascata.
Quando a silhueta, grossura, e comprimento do actual topo se desenvolverem será tomada a decisão final quanto ao destino desse ramo mais baixo que forma agora essa meia-cascata.
O actual vaso de plástico devido ao seu grande tamanho torna a árvore demasiado massiva mas toda a impressão geral irá dramaticamente mudar quando no futuro este exemplar for envasado no vaso final.

O Mestre Salvatore diz que esta é uma árvore importante pela sua qualidade dentro dos da sua espécie e isso implica que todas as etapas no seu crescimento e formação serão bem ponderadas sem correr nenhuns riscos.
Grossura do tronco na base 20cm, comprimento (com Jin) 100cm, altura (também com Jin) 90cm.

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